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24 Abr 2024

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António Costa em Bruxelas
Cimeira do euro é grande passo em frente
AUTOR

Mary Rodrigues

DATA

29.06.2018

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Cimeira do euro é grande passo em frente

A cimeira do euro, realizada em Bruxelas, representou “um grande passo em frente”, segundo considerou o primeiro-ministro português, para quem é preciso perceber que este também “é um caminho que se faz caminhando”.

 

“Há dois anos, quando se falava em capacidade orçamental da zona euro, metade do Conselho tinha quase uma apoplexia”, comentou António Costa, à saída da cimeira da zona euro, que, segundo apontou, e ao contrário do sucedido com o Conselho Europeu a 28 dominado pelas divisões em torno da matéria das migrações, “correu de forma francamente positiva”.

A questão da capacidade orçamental própria da zona euro, indicou, “hoje já consta claramente da proposta franco-alemã, está expressamente referida na carta do presidente do Eurogrupo (Mário Centeno) como sendo uma das matérias a tratar, e hoje o Conselho deu um mandato claro para tratar todas as questões referidas na carta, incluindo naturalmente a capacidade orçamental”.

Costa declarou ter assistido nesta na cimeira a 19 a “um bom acolhimento daquilo que foi o trabalho desenvolvido pelo ministro Mário Centeno na presidência do Eurogrupo”, com “um calendário que vai sendo estabilizado para a conclusão da União Bancária, para o debate sobre a garantia comum de depósitos” e também para a construção de “uma capacidade orçamental da zona euro”, que, enfatizou, “é uma prioridade essencial”, para Portugal, para o conjunto da Europa e para o funcionamento da zona euro.

Além do mais, acrescentou, registaram-se avanços na “questão da união bancária e do fundo de estabilização monetária”.

“Damos por isso um grande passo em frente, com um mandato alargado agora ao Eurogrupo e com o compromisso de todos de termos um calendário o mais acelerado possível para a conclusão da reforma da zona euro”, resumiu.

 

Polémica nas migrações evidencia divisões na Europa

Sobre as conclusões adotadas relativamente à gestão dos fluxos migratórios na reunião do Conselho Europeu, o líder do Governo português comentou que “a existência de canais legais e seguros, que permitam aos refugiados entrar na Europa sem ser por via das redes ilegais e sem porem a sua vida em risco, deve ser assegurada, desde que claramente não sejam campos de contenção que desresponsabilizem a Europa, fazendo um ‘outsourcing’ para países terceiros de responsabilidades da UE, mas que seja, pelo contrário, uma forma de encontrar um canal aberto e positivo”.

Quanto ao teor do compromisso alcançado ao fim de uma longa maratona negocial, António Costa observou que “quem ler atentamente as conclusões, verificará que o Conselho não fez mais do que mandatar a Comissão e o Conselho para dialogarem com as Nações Unidas, com a Organização Internacional para as Migrações, com países terceiros para explorar uma ideia, e nada mais do que isso”.

“Foi um debate muito difícil. Eu não me recordo nestes anos que tenho estado aqui no Conselho de um debate tão difícil e onde tenha sido tão evidente as divisões que hoje efetivamente existem na Europa e que não vale a pena querermos disfarçar que existem”, lamentou.

 

Costa congratula-se por eleição de Vitorino para liderar OIM

Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, felicitou o antigo comissário europeu António Vitorino pela sua eleição, por aclamação, para o cargo de diretor-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM).

“Portugal continua a assumir as suas responsabilidades na gestão global das migrações com a eleição de António Vitorino para diretor-geral da OIM, que felicito calorosamente”, escreveu o líder do Executivo na rede social Twitter.

Refira-se que a candidatura de Vitorino à liderança desta organização fundada no início da década de 1950 foi formalizada pelo Governo português em dezembro de 2017.

O português António Vitorino inicia assim, aos 61 anos, uma nova etapa de uma carreira política de grande relevo.

Advogado, político, consultor empresarial, comentador, Vitorino é considerado atualmente uma das figuras mais influentes da elite política portuguesa.

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024