No encerramento do 22º Congresso, que decorreu na Batalha, o Secretário-geral do PS, António Costa, foi veemente na defesa de que o PS “tem de ganhar todas as eleições do próximo ano”, europeias, legislativas e regionais da Madeira, prometendo que o Orçamento do Estado de 2019 vai ter medidas para “ajudar os jovens que emigraram a regressar ao país”.
No discurso de encerramento do 22º Congresso Nacional do PS, que terminou os seus trabalhos ao princípio da tarde de domingo, o reeleito Secretário-geral anunciou que uma das prioridades do Orçamento do Estado (OE) para 2019, entre outras áreas, é dar apoio ao regresso dos portugueses que saíram do país “no período de crise económica” e ao aumento do salário mínimo, garantindo ainda António Costa que o Governo tudo fará para que se encontre, em sede de concertação social, um acordo entre as partes, para que se desenhem novos mecanismos, capazes de promoverem a conciliação da vida familiar e profissional, iniciativa que o líder socialista enquadra como necessária no combate ao desafio demográfico.
A propósito dos muitos milhares de jovens que foram impelidos a procurar trabalho noutros países, sobretudo durante a crise, entre 2010 e 2015, período no qual Portugal sofreu um “fluxo emigratório como não tínhamos desde a década de 60”, António Costa defendeu que é necessário inverter este quadro, criando “condições únicas e extraordinárias” para que os que partiram, e pretendam voltar a Portugal, tenham condições para o fazer.
Parte significativa da intervenção de António Costa, no encerramento do 22º Congresso, foi com efeito dedicada às políticas que o seu Governo vai adotar a prazo para a inserção das futuras gerações no mercado de trabalho, jovens entre os 20 e os 30 anos, um desafio que, na perspetiva do Secretário-geral socialista, terá de se iniciar no “combate à precariedade e por melhores salários” e não apenas, como salientou, pelo salário mínimo.
Depois de recordar que o principal objetivo da política económica plasmada no programa de Governo com que o PS se apresentou ao eleitorado, em 2015, aludia a “emprego, emprego e emprego”, objetivo que foi, como realçou António Costa, “amplamente atingido”, é agora tempo de Portugal alertar as instâncias europeias de que o país não tem apenas que convergir com a União Europeia no défice e na dívida pública, “mas também no “conjunto dos salários”, defendendo neste particular que o conjunto dos salários dos trabalhadores portugueses “devem aumentar e não só no salário mínimo”.
Ganhar todas as eleições
Em relação ao desejo que manifestou de querer que o PS ganhe, em 2019, todas as eleições em discussão, europeias e legislativas, ambição que, na opinião de António Costa, é não só legitima como transversal a qualquer partido, colocando o líder socialista uma particular ênfase na vitória do PS nas eleições para o Governo Regional da Madeira, garantindo que o atual presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, “vai ser o primeiro socialista a liderar” o Governo da Madeira.
Para António Costa, chegou a hora de os socialistas mostrarem ambição de governar a Região Autónoma da Madeira, provando, como sustentou, que também ali “somos capazes de uma excelente governação”, garantindo que o PS/Madeira pode contar com “todos os socialistas do país nessa luta”.
Quanto à preparação que o partido já está a fazer para se apresentar ao eleitorado nas próximas legislativas, António Costa garantiu que será em quase tudo “idêntica” à que foi seguida para as legislativas de 2015, ou seja, como especificou, primeiro o PS vai apresentar a “Agenda para a década”, depois o “cenário macroeconómico” e, finalmente, o programa eleitoral.
Sobre as eleições para o Parlamento Europeu, o líder socialista sustentou que o objetivo do PS “é a de aumentar o número de deputados eleitos”, fazendo assim subir a dimensão do triunfo que o partido registou em 2014.
Solução política é para continuar
Outros dos pontos focados pelo líder socialista na sua intervenção de encerramento do Congresso foi sobre a atual solução de Governo encontrada pelo PS com os partidos à sua esquerda, com António Costa a garantir que não só não está esgotada, como “é para continuar”.
Para o Secretário-geral socialista e primeiro-ministro, esta atual solução governativa não só trouxe “estabilidade política ao país”, como demonstrou “toda a sua vitalidade” no sucesso alcançado nas políticas do emprego, crescimento económico, na boa gestão das finanças públicas, na realização de melhorias concretas no Serviço Nacional de Saúde e nas alterações positivas que foi capaz de introduzir no sistema nacional de educação”.