1492

26 Abr 2024

| diretor: Porfírio Silva

EDIÇÃO DIGITAL DIÁRIA DO ÓRGÃO OFICIAL INFORMATIVO DO PARTIDO SOCIALISTA

Parlamento Europeu
Mário Soares homenageado como um dos grandes europeus
AUTOR

Rui Solano de Almeida

DATA

31.01.2018

FOTOGRAFIA

dr

Mário Soares homenageado como um dos grandes europeus

Mário Soares via na Europa unida uma das mais “admiráveis construções políticas e morais da história humana”, afirmou hoje no Parlamento Europeu o primeiro-ministro, António Costa, numa cerimónia em que o antigo Chefe de Estado português foi homenageado com a atribuição do seu nome a uma das salas da assembleia em Bruxelas.

 

Um ano após a sua morte, Mário Soares foi hoje lembrando em Bruxelas, numa homenagem prestada pelo Parlamento Europeu, que atribuiu ao fundador do PS, ex-primeiro-ministro e ex-Presidente da República de Portugal, o seu nome a uma das salas daquela assembleia, numa cerimónia muito concorrida, que contou com a presença, entre outras personalidades, para além do primeiro-ministro, António Costa, dos dois filhos, João e Isabel Soares e do ex-primeiro-ministro espanhol, Filipe Gonzalez.

Na sua intervenção, António Costa começou por manifestar satisfação pela iniciativa, recordando que Mário Soares, para além de ter sido “um grande homem e um grande português”, foi também um “cidadão europeu e do mundo”.

Alguém que defendeu o projeto de uma Europa unida, como lembrou António Costa, como uma “admirável construção política” de que os cidadãos e os povos europeus, como não se cansava de afirmar, “tinham o direito, e até o dever”, de se orgulhar, manifestando sempre Mário Soares um grande “desprezo e até ódio” pela Europa dos “burocratas e dos tecnocratas, dos resignados e dos desistentes”.

 

Luta contra a ditadura

Lembrando o percurso de Mário Soares, o primeiro-ministro recordou o seu papel de resistente à ditadura do Estado Novo e a luta pela democracia que empreendeu durante o período de maior radicalização da revolução do 25 de abril de 1974, tarefas que executou, como realçou, antes e depois de ter assumidos “altos cargos” no país e na Europa, quer como Secretário-geral do PS ou como dirigente da Internacional Socialista ou deputado ao Parlamento Europeu, quer ainda como primeiro-ministro ou Presidente da República.

Para António Costa, Mário Soares sempre preservou como sua prioridade e objetivo “instituir, consolidar, aprofundar e enraizar” em Portugal uma democracia europeia pluralista, pluripartidária e desenvolvida, “sem ambiguidades, adiamentos ou álibis”.

Ao ter conseguido alcançar estes objetivos, o que para o primeiro-ministro, como referiu, terá sempre que ser considerado como “um grande feito”, ganhou ele, mas ganhou também Portugal e a Europa, com a sua “ousada visão estratégica”, que não “vacilou um instante”, lembrando que foi Mário Soares quem subscreveu, em 1977, o pedido de adesão de Portugal à então CEE, tendo mais tarde, em 1985, logrado concluir as negociações e assinar o Tratado de Adesão à Europa.

Já na parte final da sua intervenção, António Costa, depois de se regozijar por esta homenagem que junta o nome de Mário Soares aos de outras grandes personalidades e ilustres dirigentes europeus, como Kontad Adenauer, Willy Brandt ou Simone Veil, entre outros, lembrou que Mário Soares esteve entre os políticos europeus “que mais falaram e escreveram sobre a Europa”, textos que testemunham, como assinalou, as “suas alegrias, os seus apelos e as suas euforias e preocupações”, mas também as suas “advertências, deceções e indignações”, sustentando que “Mário Soares foi um militante da Europa”, alguém em quem Portugal e os portugueses “têm muito orgulho”. 

Capa Edição Papel
 
EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024