O atual Governo não foi capaz de conviver com as marcas de sucesso da governação socialista porque chegou ao poder e “destruiu” tudo o que estava a ser feito, acusou no dia 9 de maio o Secretário-geral do PS, António Costa, defendendo que é preciso “reacender a paixão pela educação”.
António Costa falava na sessão de encerramento da conferência “Educação – valorizar as pessoas”, no Conservatório da Música, no Porto, onde estiveram em discussão os painéis “Combater o insucesso escolar, garantir 12 anos de escolaridade”, “Investir na educação de adultos e na formação ao longo da vida” e “Ensino superior: cumprir a ambição da Europa 2020”.
Na sua intervenção, o líder do PS sustentou que “como há 20 anos atrás, nós temos de reacender a paixão da educação no nosso país”, considerando que “o pior contributo” que o Governo Passos Coelho/Paulo Portas deu para o futuro do país “foi ter andado a convencer os portugueses de que não valia a pena investir na educação dos seus filhos”.
Segundo António Costa, é “fundamental concentrar esforços” no sector da educação, nomeadamente investindo na formação profissional e na educação de adultos, combatendo o insucesso escolar e o excesso de burocracia.
“Ao contrário do que o Governo diz, o país não tem licenciados a mais, o que o país tem é empregos qualificados a menos para aquilo que necessita para ter uma economia moderna, inovadora e que nos garanta futuro num Europa globalizada”, salientou.
O Secretário-geral do PS lembrou que o Governo manda os jovens emigrarem porque em Portugal não têm emprego, mas depois, pasme-se, vai a Bruxelas assinar um compromisso para que o país tenha, até 2020, 40% da população entre os 30 e 34 anos com nível de ensino superior.
António Costa reiterou que não é só com medidas económicas que se resolvem os desafios da economia, mas também pela inovação, tecnologia ou investigação científica, lamentando que haja “quem julgue que o nosso desenvolvimento passa por desmontar o Estado Social, reduzir salários ou empobrecimento”.
Governo destruiu em vez de melhorar
Na sua intervenção, o líder socialista acusou o atual Executivo da direita de não ter sido capaz de conviver com nenhuma das marcas de sucesso da governação socialista.
“Havia o Simplex, acabou com o Simplex, havia as Novas Oportunidades, acabou com as Novas Oportunidades, podia ter tido até uma atitude compreensível que era dizer que há aqui aspetos que não estão corretos e devemos corrigir, há aspetos que podem ser melhorados e vamos melhorar, há aqui um grau de exigência que deve ser diferente e vamos ter um grau de exigência diferente”, disse.
Mas não foi esta a postura do Executivo Passos/Portas, que fez algo “absolutamente imperdoável” que foi chegar ao poder e “achar que o país era uma folha em branco onde era preciso escrever tudo de novo e destruir tudo aquilo que estava a ser feito”, acusou.
Ou seja, concluiu António Costa, “o Governo não quis corrigir, não quis melhorar, não quis aperfeiçoar”.
Antes, intervindo na sessão de encerramento, o presidente da Federação do PS/Porto, José Luís Carneiro, sublinhara que a escola pública, nomeadamente a sua defesa, está no “ADN” do PS.
“O centro das nossas prioridades é a escola como motor de desenvolvimento do país”, acrescentou.