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24 Abr 2024

| diretor: Porfírio Silva

EDIÇÃO DIGITAL DIÁRIA DO ÓRGÃO OFICIAL INFORMATIVO DO PARTIDO SOCIALISTA

Reunião com PSD e CDS
Propostas da coligação não traduzem uma mudança de política
AUTOR

Mary Rodrigues

DATA

14.10.2015

FOTOGRAFIA

Jorge Ferreira

Propostas da coligação não traduzem uma mudança de política

A proposta apresentada pela coligação PSD/CDS para um entendimento em torno de uma solução de Governo “não traduz um esforço suficiente, nem revela a compreensão do novo quadro parlamentar em que estamos”, afirmou o Secretário-geral do PS, após a segunda reunião com Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, na sede nacional do PS, em Lisboa, que terminou sem qualquer acordo.

 

Na ocasião, António Costa referiu ser necessário “um esforço efetivo que traduza uma mudança de política que rompa com a estratégia de austeridade e de empobrecimento” em prol de uma estratégia assente na criação de emprego.

Criticou depois o documento que lhe fora apresentado por Passos Coelho e Paulo Portas, intitulado “Documento facilitador de um compromisso entre a coligação Portugal à Frente e o Partido Socialista para a governabilidade”, e garantiu ter dado durante a reunião mais de “18 exemplos de lacunas graves de que a proposta da direita enferma”.

"Insuficiência também na ausência de fornecimento por parte da coligação PSD/CDS e do Governo de informação indispensável ao suporte financeiro das medidas que apresentaram. Só assim se poderia avaliar a credibilidade do exercício que nos foi apresentado. Infelizmente, não encontramos eco na coligação das críticas que apresentámos", completou o Secretário-geral do PS.

E adiantou que o PS irá agora, “por escrito, responder ao documento, de forma a que aquilo que expressámos oralmente nesta reunião, aquilo que pudemos transmitir de crítica ao documento apresentado, não caia no vazio”.

António Costa advertiu ainda que "é mau para o país, designadamente mau para a economia, para os investidores e para os portugueses, arrastar um clima de incerteza”, recordando que a Coligação perdeu a maioria que detinha no Parlamento e que precisa de, com humildade, procurar um entendimento com as outras forças políticas.

“Não estamos a negociar nem o meu cargo nem os interesses do PS, mas a trabalhar pelo interesse dos portugueses e de Portugal”, esclareceu o líder socialista, para quem o interesse de Portugal “é dispor de uma solução governativa que possa oferecer estabilidade nos próximos quatro anos”.

De seguida, o líder socialista vincou que, nas últimas eleições legislativas, “a direita obteve o segundo pior resultado de sempre na história da democracia portuguesa” e considerou que há condições para pôr fim a "um muro" que separa socialistas e comunistas desde 1975, afirmando-se empenhado no trabalho para a criação de um Governo alternativo em Portugal.

"Temos trabalhado para que esse Governo alternativo possa existir. Estamos a trabalhar com seriedade com todas as forças políticas, designadamente com o PCP. Tivermos uma primeira reunião de trabalho que classifico como muito positiva e que criou condições para pormos fim a um muro que persiste na esquerda portuguesa desde 1975", declarou o líder socialista, sustentando que estão a criar-se à esquerda "novas condições de diálogo", tendo em vista “permitir ao país novas condições de formação de um Governo estável, além daquelas que têm sido habituais”.

AUTOR

Mary Rodrigues

DATA

14.10.2015

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024