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18 Abr 2024

| diretor: Porfírio Silva

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Migrações
Resposta europeia deve combinar solidariedade e responsabilidade

Resposta europeia deve combinar solidariedade e responsabilidade

Portugal tem estado sempre presente e muito ativo em todos os programas europeus de resposta à crise das migrações, garantiu em Berlim o ministro da Administração Interna, sublinhando Eduardo Cabrita que o país assume que vai precisar de migrantes nas próximas décadas.

 

Num encontro com seu homólogo, Horst Seehofer, o ministro português da Administração Interna foi à capital alemã debater a questão das migrações tendo as conversações sido centradas em três ou quatro planos destintos: a cooperação bilateral em matéria de migrações, o acompanhamento das questões dos refugiados feito pelos dois países, o quadro geral europeu sobre esta matéria das migrações e ainda a cooperação com países terceiros.

O ministro Eduardo Cabrita referiu ainda que neste encontro com o seu homólogo alemão foi igualmente debatido o quadro geral europeu sobre o tratamento da questão das migrações e a necessidade de a União Europeia ter uma solução permanente e estável “assente nos princípios europeus e nas regras da partilha da solidariedade e da responsabilidade entre todos os estados europeus”.

Para o titular da pasta da Administração Interna, se hoje é claro para a maioria dos portugueses que o país vai precisar de abrir as suas portas a mais migrantes, também é verdade, como defendeu, que o tem de fazer de “forma organizada e ordenada”, defendendo que estes princípios são igualmente válidos para os restantes países da União Europeia, lembrando a propósito que os migrantes “são um elemento positivo para a economia europeia”, mas que só de forma estruturada e planeada e com uma política comum de fronteiras é que a Europa poderá combater e evitar com eficiência a insegurança e o tráfico de seres humanos.

Quanto à proposta de um eventual encerramento de fronteiras, Eduardo Cabrita foi claro ao afirmar que esta “não é uma possibilidade equacionada por Portugal”, lembrando que os europeus têm já centenas de efetivos das suas forças de segurança e das suas forças armadas, designadamente na Grécia, em Itália, na Bulgária, na Roménia ou em Espanha, o que demonstra bem, como acrescentou, o quanto os países europeus valorizam a segurança das suas fronteiras e dos seus territórios “para que não haja tráfico de seres humanos” o que para o ministro português “não é contraditório com uma resposta solidária”.

Aproveitando o facto de estar em Berlim, o ministro Eduardo Cabrita fez questão de lembrar o preço que a Europa pagou durante a guerra fria por ter sido dividida por muros, sustentando que a solução não passa por voltar a construir muros, mas apostar numa Europa de “liberdade de circulação” onde as regras sejam comuns na “relação com os países vizinhos”.

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024