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23 Abr 2024

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Saúde
No final do ano apenas 4% de portugueses não terão médico de família
AUTOR

Rui Solano de Almeida

DATA

19.06.2018

FOTOGRAFIA

DR

No final do ano apenas 4% de portugueses não terão médico de família

Até ao final deste ano de 2018, “mais utentes vão passar a dispor de médico de família”. A garantia foi dada pelo ministro da Saúde, que prevê que sejam criadas nos próximos seis meses mais 532 novas unidades de saúde familiares.



A garantia está dada pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes: até ao final deste ano, mais portugueses, “cerca de 4% mais”, vão passar a ter médico de família e a dispor de mais 532 unidades de saúde familiares, num país, como referiu o governante, onde os dados do Serviço Nacional de Saúde (SNS), relativos ao ano passado, revelam que Portugal tem hoje a “percentagem mais baixa de portugueses sem médico de família”.

Falando aos jornalistas, no final de um encontro com dirigentes do Ministério da Saúde, reunião que decorreu ontem em Lisboa, o ministro Adalberto Campos Fernandes lembrou que tem havido um enorme esforço por parte do Governo e do ministério que tutela na atribuição, ano após ano, de mais médicos de família e de outros profissionais de saúde, esforço que hoje se reflete no facto de se prever que, no final de 2018, apenas 4% dos utentes possam não ter ainda clínico atribuído, quando no ano passado essa percentagem se situava nos 7%, e tudo indica que no final da atual legislatura, em 2019, “possa já haver uma cobertura total”.

De acordo com os dados ontem apresentados num relatório da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), no ano passado havia cerca de 700 mil utentes sem médico de família, em 2016, essa percentagem indicava que eram mais de 767 mil e, em 2015, “ultrapassavam um milhão”. Em relação à evolução das unidades de saúde familiar, estas passaram, em 2017, de 495 unidades constituídas para as previstas 532 unidades no final da atual legislatura, ou seja, um acréscimo de 37 novas unidades formadas.



Melhores respostas

Outro dos indicadores revelados pelo ministro da Saúde, e que segundo Adalberto Campos Fernandes demonstram que o SNS tem vindo a melhorar a qualidade dos serviços prestados, está, entre outros, no facto descrito neste relatório da ACSS, quando refere que há hoje no serviço público de Saúde “mais atividade, mais portugueses com acesso às unidades públicas que prestam serviço de saúde e mais e melhores respostas aos utentes”.

Segundo o governante, o Serviço Nacional de Saúde começa a aproximar-se de novo de “uma história de sucesso”, como o indica, nomeadamente, o crescente número de profissionais que hoje nele trabalham, cerca de 140 mil, o que faz dele o “segundo serviço público com mais efetivos”, tudo indicando, ainda segundo Adalberto Campos Fernandes, que é “absolutamente possível” atingir o objetivo do Governo de, no final desta legislatura, “deixar o SNS melhor do que aquele que encontrámos”.



Impossível fazer melhor

Quanto às críticas insertas no relatório, hoje conhecido, do Observador Português dos Sistemas de Saúde, segundo o qual os hospitais públicos “ainda não saíram da crise económica e estão à beira de um ataque de nervos”, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, depois de defender que em apenas dois anos era “impossível resolver por completo os muitos problemas acumulados” no sector da saúde, e agravados exponencialmente pelo anterior Governo de direita do PSD/CDS, questionou como é que então “não se sentiriam os hospitais públicos em 2012”, numa época em que tinham “menos oito mil profissionais, menos 700 milhões de euros de transferências correntes e menos mil milhões de euros de capital estatutário”.

Depois de garantir que o Governo e o Ministério da Saúde, que tutela, estão a trabalhar “ao ritmo que o país permite”, Adalberto Campos Fernandes reafirmou o que há muito vem defendendo de que que gostaria de resolver em dois anos todos os problemas com que o setor se confronta, “acumulados há oito ou nove anos”, mas que este é um objetivo que qualquer pessoa sensata compreende ser impossível de concretizar em apenas dois anos, lembrando que Portugal viveu também “quatro, cinco anos de privação extrema e humilhante para a sobrevivência nacional”.

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024