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27 Mar 2024

| diretor: Porfírio Silva

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Opinião

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Simões Ilharco

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27.12.2017

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2017 FECHA COM CHAVE DE OURO

O ano de 2017, que se despede agora, fecha com a chave de ouro: o défice será inferior a 1,3 por cento, abaixo da previsão de 1,4 do Governo, e o crescimento o maior deste século. O bom desempenho da nossa economia, sob a égide do PS, deverá levar os socialistas a obter a maioria absoluta nas eleições legislativas de 2019. Situando-se em plano diametralmente oposto, o PSD, qualquer que seja o líder, e com ou sem o CDS, parece condenado a longa travessia do deserto na oposição. 

 

Fiquei atónito e estupefacto, ao ler a afirmação de Cristas de que é positivo as contas estarem controladas, mas é importante saber como se chega a esse ponto. Só se compreendia o que disse, como crítica a Passos e Portas pelo roubo aos portugueses. Mas é hipótese a excluir desde logo. Não vejo a líder do CDS a condenar o seu Governo, penitenciando-se do mal que fez. Sendo assim, revela enorme despudor e falta de ética política.

Se tivesse vergonha na cara, Cristas nunca teria feito tal afirmação sobre o défice. O CDS e o PSD foram ao bolso dos portugueses, e de que maneira, e mesmo assim não conseguiram controlar as contas. O PS não foi, antes pelo contrário, e apresenta valores históricos nas contas públicas. A diferença é tão abismal, diria abissal, que torna incompreensível e inaceitável a afirmação da líder do CDS. Nem sequer admito que esteja ainda a defender o roubo de Portas e Passos. É hipótese que não equaciono. Sendo Cristas tão católica, advogando a caridade cristã, não pode apoiar publicamente, e já como líder partidária, uma política que só soube roubar nos salários e pensões. Ainda seria excomungada! E depois não se queixem alguns políticos de terem má imagem junto da opinião pública. Oxalá o Natal lhes tenha iluminado o espírito, porque bem precisam. 

Na sua mensagem natalícia, o primeiro-ministro elegeu, como prioridade para 2018, mais e melhor emprego. É a sensibilidade social de António Costa que vem ao de cima. Dias antes, tinha afirmado, na mesma linha de preocupações, que as empresas do século XXI não podem ter baixos salários. As tragédias dos incêndios, ocorridas este ano, com a brutal perda de vidas humanas, mereceram, na mensagem, ampla referência do primeiro-ministro que exibiu profunda mágoa e consternação pelo sucedido. A tristeza e repulsa são de todos os portugueses e não só do Presidente, como, por vezes, se pretende erradamente fazer crer. A nossa dor e o desgosto que sentimos tao cedo não se vão apagar.

Os votos que se devem formular é que em 2018 não se verifiquem novas tragédias. Costa já disse, e bem, que a prioridade das prioridades é evitar que elas aconteçam. Do ponto de vista político, 2018 será mais um ano de afirmação do acordo de esquerda, embora possa haver dois dossiês, a descentralização e o Portugal 2030, que requeiram entendimentos com o PSD, que tem eleições dentro de dias. Se bem que em termos eleitorais, Santana Lopes fosse preferível para o PS, porque faz menos mossa, a ascensão de Rui Rio à liderança do PSD oferecia, do ponto de vista negocial, mais garantias. E também mais credibilidade. O PS sempre colocou o país à frente do partido. O que me leva a preferir Rio, como parceiro de diálogo, porque mantenho o que afirmei atrás: o PSD não volta ao poder tao cedo! A herança de Passos é pesada e, como disse Moscovici, o primeiro-ministro português é um político muito talentoso!

AUTOR

Simões Ilharco

DATA

27.12.2017

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024