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27 Mar 2024

| diretor: Porfírio Silva

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Opinião

AUTOR

Alexandre Quintanilha

DATA

06.11.2017

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As mulheres em Portugal

A “revolução dos cravos” devolveu a liberdade política aos portugueses. Mas, suspeito, que ela teve um efeito muito mais profundo nas mulheres do que nos homens: permitiu alargar essas liberdades a muitos outros domínios sociais e pessoais, impensáveis poucos anos antes. E elas, as mulheres, empenharam-se profundamente nessa luta.

 

Na área do conhecimento basta olhar para o gráfico para percebermos o que muitos, e muitas, têm dificuldade em acreditar. Em pouco mais de quatro décadas, as mulheres portuguesas vão à frente em domínios considerados por esse mundo fora como “predominantemente masculinos”.

 

No entanto, somos regularmente surpreendidos por eventos que nos chocam a todos (a maioria, espero!) profundamente. Apercebemo-nos de que existem ainda exemplos flagrantes de pessoas que tentam justificar as suas decisões jurídicas não na Constituição vigente, mas em textos anacrónicos que, para todos os efeitos, legitimam certas formas de violência doméstica quando exercida sobre mulheres. Os últimos dados da APAV (Apoio às Vítimas) informam-nos que mais de 85% das vítimas são mulheres e mais de 86% dos autores dos crimes são homens. Quando também sabemos que das queixas ou denúncias registadas, só 39% face ao total de autores(as) de crime são assinaladas, que tipo de confiança é que as mulheres podem ter na justiça portuguesa? A situação, infelizmente, não é muito diferente em muitos outros países da OCDE. Nós temos de dar voz às vítimas.

Moral deste comentário: avançamos muito em certos domínios, mas temos ainda muito para mudar noutros. Requer o empenhamento de todos.

AUTOR

Alexandre Quintanilha

DATA

06.11.2017

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024