O líder parlamentar do PS, Carlos César, lamentou ontem a intransigência do PSD em não procurar um verdadeiro consenso em torno da proposta de candidatura para o Conselho de Fiscalização dos Serviços de Informações da República Portuguesa (CFSIRP), insistindo em levar a votação um nome que o PS deixara claro que não iria acompanhar e que resultou no seu chumbo no Parlamento.
“O PSD entendeu que devia fazer esta proposta sem cuidar desse consenso. Aprendeu com essa votação que o tempo do 'quero, posso e mando' acabou, e que a concertação parlamentar é algo que tem um elevado valor”, vincou Carlos César, em declarações aos jornalistas no parlamento, acrescentando que a indisponibilidade do PS em apoiar a proposta de Teresa Morais para o cargo resulta de uma “avaliação política”, que foi comunicada em tempo devido.
O PS, concretizou Carlos César, “não faz um julgamento e uma avaliação pessoal dos seus pares no parlamento”, antes uma “avaliação política”, assegurando que comunicou “em tempo devido” ao líder parlamentar do PSD a indisponibilidade para “subscrever” a candidatura de Teresa Morais.
“O PSD não pode pensar que tudo é agora como era dantes. É necessário que esta concertação tenha lugar e não é da parte do PS que faltará ou faltou no passado”, reforçou.
A deputada e vice-presidente do PSD Teresa Morais, nome que os social-democratas insistiram em levar a votação, falhou os dois terços necessários para a sua eleição, conseguindo 112 votos em 212 deputados votantes, registando-se 75 votos em branco e 25 nulos.
A eleição para o CFSIRP exige uma maioria de dois terços dos deputados presentes, desde que superior à maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções. Neste caso, o universo de 212 votantes teria requerido 142 votos favoráveis para alcançar os dois terços necessários.