Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatísticas sobre o crescimento do Produto Interno Bruto evidenciam que “a trajetória da política económica deste Governo é a adequada”, permitindo “um crescimento económico robusto e sustentável” e demonstram a importância da estratégia de reposição de rendimentos para um crescimento do consumo privado sem a deterioração da poupança.
É esta a reação socialista aos dados mais recentes sobre o PIB nacional divulgados pelo INE segundo os quais houve um aumento de 1,4% em 2016, acima das mais recentes previsões do Executivo e da Comissão Europeia, depois da subida de 1,9% no quarto trimestre, resultado de uma melhoria da procura interna.
Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, o porta-voz do PS João Galamba disse que “a evolução do PIB no final do ano superou todas as expetativas e foi mesmo o crescimento mais elevado dos últimos três anos”.
Segundo Galamba, o crescimento de 1,9% no quarto trimestre “abre ótimas expetativas” para 2017.
“Com crescimentos homólogos desta natureza, a probabilidade de superar a meta inscrita no Orçamento do Estado [1,5%] fica mais provável”, apontou o dirigente socialista, para quem, se se mantiverem estes níveis de crescimento, Portugal poderá ter “crescimentos homólogos acima de 2%, o que será o melhor resultado desde 2007”.
Confrontado com as críticas do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, de que este crescimento se fez pela via do consumo e penalizando o investimento, o porta-voz do PS disse que esse foi o modelo do crescimento em 2014 e 2015 (anos do Governo PSD/CDS-PP liderado por Passos Coelho), mas não o de 2016.
“O Dr. Pedro Passos Coelho nunca olhou para um boletim do INE”, avisou, enfatizando que a recuperação do investimento empresarial em 2016 “foi a maior dos últimos anos”.
Solidez e rigor nas estimativas
Por sua vez, o Ministério das Finanças sublinha que os dados do crescimento divulgados pelo INE “confirmam a aceleração da economia portuguesa”, bem como “a solidez e o rigor das estimativas” do Governo para 2017.
O crescimento económico registado o ano passado superou, aliás, as projeções do Executivo liderado por António Costa, que apontavam para os 1,2%, e mesmo as da Comissão Europeia e de diversos analistas, que estimavam uma variação positiva de 1,3%.
Em comunicado enviado após a publicação do destaque do INE, o ministério de Mário Centeno destaca que “o aumento da taxa de crescimento do PIB está ancorada na recuperação da procura interna”.
E evidencia igualmente que o investimento “teve o principal contributo para o aumento do crescimento”, sendo por isso fundamental o seu reforço “para a sustentabilidade do crescimento ao longo de 2017”, atendendo aos indicadores de confiança dos empresários em 2016 que “se traduzem agora nas decisões de investimento das empresas”.
O gabinete de Mário Centeno reforça ainda que estes dados “confirmam a solidez e o rigor das estimativas subjacentes ao Orçamento do Estado de 2017, reforçando a convicção do Governo nos pressupostos orçamentais e no crescimento” este ano.
Na nota, o ministério cita também dados do emprego, que aumentou 1,8% no último trimestre do ano passado, “implicando a criação de cerca de 82 mil empregos adicionais ao longo do ano de 2016”.