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27 Mar 2024

| diretor: Porfírio Silva

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Opinião

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Edite Estrela

DATA

07.11.2016

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CASTELO BRANCO

Lamento a morte prematura do Castelo Branco. Foi no decurso da reunião da Comissão Nacional do PS, na manhã do passado sábado, que a notícia nos chegou. Reagi, incrédula, julgando ter percebido mal. A mensagem que me chegara uma hora antes era animadora, assinalando melhorias no estado de saúde do nosso colaborador.

 

A imprevisibilidade da vida é isso mesmo: não previsível. Numa fração de segundo, tudo se pode alterar. Quando nascemos, não vimos acompanhados de bula ou folheto explicativo que no informe de como iremos viver e durante quanto tempo por cá andaremos. Vimos ao mundo sem guião de vida nem desfecho anunciado. E com uma só certeza. Parafraseando Alberto Caeiro, há duas datas incontornáveis na biografia de qualquer ser humano – a da nascença e a da morte. Mas não é por ser certa que a morte é menos inesperada e abrupta. E que não é fonte de angústia e sofrimento.

O percurso do Castelo Branco é revelador da sua dedicação aos outros, ao trabalho e à política. Homem de causas e solidário, profissional competente e dedicado, o Castelo Branco era um cidadão exemplar e um homem bom. Ao revisitar estes anos de convívio quase diário na redação do Acção Socialista, emergem e ganham forma as suas qualidades: discreto no falar e no agir, de sorriso franco e tímido, entusiasmava-se com os temas que o motivavam: uma capa apelativa, um texto bem escrito, uma boa foto, os êxitos e a história do PS. Ele era a memória viva do jornal. Vai-nos fazer muita falta, faz-nos muita falta, o colaborador responsável e disponível, o camarada e amigo incansável e generoso .

A redação do AS está de luto. Em meu nome pessoal e de toda a equipa endereço à mãe do Castelo Branco as mais sentidas condolências, lembrando o grande socialista respeitado por todos e que nos deixa boas recordações.

Em memória do Castelo Branco que gostava muito de poesia:

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

Vinicius de Moraes

 

AUTOR

Edite Estrela

DATA

07.11.2016

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024