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22 Abr 2024

| diretor: Porfírio Silva

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21º Congresso
Cumprir a Alternativa, Consolidar a Esperança
AUTOR

Rui Solano de Almeida

DATA

06.06.2016

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Cumprir a Alternativa, Consolidar a Esperança

Os verdadeiros adversários políticos do PS são os partidos que foram responsáveis pelo interminável período em que os portugueses foram subjugados à ditadura da austeridade, afirmou no 21º Congresso Nacional deste fim de semana, em Lisboa, a Secretária-geral adjunta socialista, Ana Catarina Mendes.

 

Foi a “direita austeritária” defensora dos caminhos neoliberais, “as forças conservadoras e os novos populismos da direita” que facilitaram a formação da denominada “geringonça”, defendeu Ana Catarina Mendes, aplaudindo o trabalho que PS, BE, PCP e PEV estão a fazer em prol de Portugal.

Subscrevendo as palavras de António Costa, que no último Congresso defendeu que “quem pensar como a direita acaba a governar como a direita”, tese que a vice-presidente da bancada parlamentar do PS disse apoiar, aproveitou para louvar o trabalho realizado pelo Governo socialista que, garantiu, “está para durar”.

E está para durar, como afirmou, porque é hoje muito claro para a grande maioria dos portugueses que o PS “não pensa nem age politicamente como a direita”, nem pode ser acusado de “ter perdido a sua identidade” e os valores que sempre foram os seus, ou seja, sustentou Ana Catarina Mendes, o PS contínua fiel ao “socialismo e à esquerda democrática”.

A dirigente do PS falava na apresentação da moção de estratégia global do Secretário-geral, António Costa, «Cumprir a Alternativa, Consolidar a Esperança», aprovada por larga maioria dos delegados, tendo na ocasião elogiado a sua “coragem e ousadia” por dizer não ao arco da governação e sim “ao virar de página da austeridade”.

Reconhecendo que “nem todos” dentro do próprio partido subscreveram a solução política encontrada para a formação da atual maioria governativa, o que prova, segundo Ana Catarina Mendes, que o PS é um “grande partido plural e sem medo” e que sabe aceitar as críticas e “convidar para dentro das suas portas” as pessoas que podem contribuir para “melhorar a nossa solução”, numa referência clara à participação neste 21º Congresso Nacional, entre outros, de Ana Drago, ex-BE e fundadora do Livre e de José Pacheco Pereira, histórico militante do PSD.

Para a dirigente socialista, “mesmo contra muitas expectativas”, a “geringonça está cá e funciona”, e vai continuar a trabalhar “para melhorar a qualidade de vida dos portugueses”, honrando os acordos que celebrou com os partidos à sua esquerda e cumprir os compromissos que estabeleceu com Bruxelas.

Ana Catarina Mendes rendeu ainda homenagem aos históricos dirigentes socialistas falecidos recentemente, António Almeida Santos e Maria Barroso, garantindo que o PS continua fiel aos princípios políticos herdados e protagonizados por tão distintos militantes.

 

Um Governo que cumpre

Por sua vez, o eurodeputado Pedro Silva Pereira, a quem coube a última intervenção em defesa da moção do Secretário-geral, afirmou que António Costa surgiu neste Congresso como um líder que está a cumprir e a honrar a palavra que deu aos portugueses, elogiando o “combate que trava em Portugal” e o “grande contributo que está a dar para salvar o projeto europeu”.

Depois de enaltecer o “acordo à esquerda”, garantindo tratar-se da “melhor solução para Portugal”, por corresponder “à vontade de mudança manifestada” pelos portugueses nas últimas eleições legislativas, Pedro Silva Pereira respondeu às críticas da direita e de alguns analistas, quando afirmam que havia uma alternativa de Governo, pretexto para o eurodeputado afirmar que “alternativa havia, mas era muito pior”.

Uma alternativa como sustentou, que passava pela viabilização de um Governo da direita pelo PS, com todas as consequências que acarretaria de “subalternização dos socialistas” no Parlamento, considerando que a solução encontrada é “mil vezes melhor”, pois os acordos estabelecidos à esquerda “não geram reféns, mas parceiros”.

 

Abrir o PS aos simpatizantes

Primeiro subscritor da moção “Resgatar a Democracia”, Daniel Adrião foi ao conclave socialista propor a realização de eleições primárias abertas a simpatizantes e alargadas a outros cargos no partido, tendo ainda defendido uma reforma de representação política com a “introdução dos círculos uninominais e a limitação do número de mandatos dos deputados”.

Depois de elogiar os antigos líderes socialistas, e a “obra por todos deixada” em democracia, e de garantir que a apresentação da moção de que foi o primeiro subscritor nunca pretendeu “refletir um movimento de oposição interna”, Daniel Adrião fez questão de alertar para o que classificou ser o afastamento dos cidadãos da política e dos partidos, afirmando que, “quando 50 por cento dos eleitores não votam e os deputados da Assembleia da República representam menos de metade do eleitorado”, é altura, disse, “de as bases terem poder para resgatarem o poder à nova oligarquia que se apoderou dos partidos”.

AUTOR

Rui Solano de Almeida

DATA

06.06.2016

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024