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18 Abr 2024

| diretor: Porfírio Silva

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Cidadania e Igualdade
Governo quer criar centros de crise para vítimas de violência sexual
AUTOR

Partido Socialista

DATA

18.04.2016

FOTOGRAFIA

Jorge Ferreira

Governo quer criar centros de crise para vítimas de violência sexual

O Governo pretende criar centros de atendimento de crise para vítimas de violência sexual, anunciou a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino. Em Leiria, onde celebrou um protocolo com a associação «Mulher Século XXI», a governante revelou que o Executivo está a trabalhar em conjunto com a Associação de Mulheres Contra a Violência para dotar o país do primeiro espaço para uma área onde ainda não existem respostas de crise.

 

Lembrando que Portugal foi o primeiro país a assinar a convenção de Istambul, que “alarga muito mais o que devem ser as respostas na área da violência contra as mulheres e as raparigas”, Catarina Marcelino apontou a resposta à violência sexual como “um exemplo das áreas que iremos abordar”.

“Não é só melhorar na área da violência doméstica”, onde salientou que a legislação existente é já satisfatória, “precisamos é de melhorar a articulação”, frisou. “Mas há outras áreas que precisam de ser olhadas, porque são atos de violência contra mulheres e raparigas", acrescentou, referindo-se à violência sexual como uma “área que precisa de uma atenção e de um caminho, porque não existem respostas de crise, como espaços de atendimento de crise”.

A governante defendeu a necessidade de ser realizado um trabalho técnico e jurídico apurado sobre esta matéria, destacando o “encontro de vontades” com o Ministério da Justiça, do qual possa surgir um documento orientador.

“Deve ser feito um trabalho, durante cerca de um ano, para olhar do ponto de vista legislativo, numa perspetiva técnica e através de pessoas que possam fazê-lo com distanciamento político. Estou a falar de pessoas da academia, para que possamos ter um documento que nos oriente do ponto de vista legislativo”, explicou.

Catarina Marcelino anunciou ainda que está a ser trabalhada pelo Executivo “regulamentação da legislação das casas abrigo, dos núcleos de apoio à vítima e das respostas de emergência, com ‘standards’ mínimos de intervenção”, com o objetivo de reforçar o apoio às vítimas, evitando a sua institucionalização.

“Queremos que a casa abrigo seja mesmo a última resposta, porque as pessoas são vítimas e depois ainda são institucionalizadas, pois uma casa abrigo, por melhor que seja, é sempre uma instituição. Temos de fazer tudo para que isso não aconteça e para evitar os homicídios conjugais”, reforçou.

Catarina Marcelino acredita que, desta forma, será possível inverter a tendência de serem as vítimas de violência doméstica a abandonarem o lar. “Se o Ministério Público integrar estas dinâmicas numa forma mais interventiva e mais presente nas redes de parcerias com as forças de segurança”, poder-se-á “dar passos importantes” no sentido de ser “o agressor a sair de casa”, sustentou.

 

AUTOR

Partido Socialista

DATA

18.04.2016

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024